💣💥CASO GAEL - Mãe é investigada por morte de menino de 3 anos

'Não resta a menor dúvida sobre a
autoria do crime', diz delegado sobre a morte do menino Henry
O
padrasto de Henry, o vereador Dr. Jairinho, e a mãe da criança, Monique
Medeiros, foram presos nesta quinta. Delegado disse que Jairinho cometeu
agressões que mataram o garoto e que Monique foi conivente.
O delegado Henrique
Damasceno, responsável pela investigação da morte
do menino Henry Borel, afirmou nesta quinta-feira
(8) ter certeza de que o vereador Dr. Jairinho foi o autor das agressões que
mataram o menino e de que a mãe dele, Monique Medeiros estava ciente das
atitudes dos padrasto. O
casal foi preso na casa da parente de Monique em
Bangu, Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira (8).
'Não resta a menor
dúvida, em relação aos elementos que nós temos, sobre a autoria do crime, dos
dois', disse o delegado.
De
acordo com Damasceno, a investigação ainda não foi encerrada, mas já há
"provas muito fortes, muito convincentes, a respeito de toda essa dinâmica
e da participação de cada um deles".
As declarações do
delegado foram dadas em entrevista coletiva com membros da Polícia Civil e do
Ministério Público após as investigações que resultaram na prisão
de Monique Medeiros e do vereador Dr. Jairinho (expulso do
Solidariedade) nesta quinta-feira.
Delegado
não viu ameaças de Jairinho à mãe de Henry
Questionado sobre a
possibilidade de Monique ter sido ameaçada por Jairinho, Damasceno disse que
não.
“Com bastante
sinceridade, não é isso que percebi [que ela tenha sido ameaçada]. Ela teve
inúmeros momentos em que ela poderia ter falado conosco, o depoimento foi
bastante longo e ela se mostrou bastante à vontade em vários pontos dele",
declarou o chefe da investigação.
O delegado disse que
jamais teria pedido a prisão da mulher se "imaginasse, minimamente,
qualquer possibilidade de coação nesse tipo de circunstância".
Lembrando que a mãe e
o padrasto do menino Henry Borel, morto com sinais de violência no começo de
março, foram presos por homicídio duplamente qualificado, por tentar atrapalhar
as investigações do caso e por ameaçar testemunhas para combinar versões.
Como revelado pela
polícia, uma conversa por mensagens de WhatsApp entre a mãe da criança e a babá
mostrou que Henry foi agredido pelo padrasto semanas antes de morrer. O diálogo
também mostrou que Monique sabia da agressão
sofrida no dia 12 de fevereiro.
Ainda de acordo com o
delegado, a mãe não só se omitiu, como também protegeu o namorado.
“Ela esteve em sede
policial, em depoimento, por mais de 4 horas, apresentando uma declaração
mentirosa, protegendo o assassino do próprio filho. Não há a menor dúvida, que
ela não só se omitiu, quando a lei exigia que ela deveria fazer [relatar o
crime], como também concordou com esse resultado”, afirmou Damasceno.
Marcos Kac, promotor
do MPRJ, afirmou que a hipótese de acidente, defendida pela mãe de Henry para a
morte do menino, foi descartada na investigação.
"Essa certeza
veio vindo ao longo da investigação. A gente colheu uma série de depoimentos
contraditórios, que contrariavam a verdade. Evoluindo essa investigação, a
gente conseguiu constatar que a hipótese de acidente era descartada",
explicou Kac.
Presos e levados
para diferentes
penitenciárias do Rio de Janeiro, o vereador Dr.
Jairinho (sem
partido) e Monique
Medeiros, mãe do menino Henry
Borel, de 4 anos, vão ficar isolados por 14 dias antes de
passarem a celas com outros internos.
Conforme explicação da
Secretaria de Administração Penitenciária, o procedimento é de praxe para todos
os presos e tem
como objetivo evitar a disseminação da Covid-19 dentro dos presídios.
Monique foi levada ao
Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, na Região Metropolitana, e o
vereador foi conduzido ao presídio Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo
de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste da cidade, onde passaram a primeira noite
presos.
Também por conta da
pandemia, nenhum
dos dois poderá receber visitas, exceto os advogados e em salas específicas.
Antes de serem levados
para os presídios, o casal fez, na tarde de quinta, a triagem na Cadeia Pública
José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte – a "porta de
entrada" no sistema prisional.
Em sua primeira noite
na cadeia após a prisão por
suspeita de envolvimento na morte do filho, a professora
Monique Almeida Medeiros, mãe de Henry Borel, de 4 anos, chorou por toda a
noite. Ela
ficará isolada em uma cela por 14 dias.
Na quarta-feira (7), a
juíza Elizabeth Louro, do 2º Tribunal do Júri decretou a prisão, por 30 dias,
de Monique e do vereador Dr. Jairinho.
Monique faz uso de
remédios controlados e pelo o que foi apurado, passou a madrugada muito nervosa
e chorando boa parte do período.
Diferente da chegada ao presídio em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, quando aparentava tranquilidade (onde até tirou uma selfie bem despreocupada) Monique não resistiu e caiu no choro.
Após
receber um pacote com sandálias, camisa, calça, toalha e kit higiene, a mãe de
Henry foi encaminhada à cela onde passou a noite.
Apurou-se que Monique pode ficar mais tempo afastada de outras detentas, além do isolamento em uma cela pela quarentena que precisa fazer por causa da Covid. O motivo é que ela corre risco de ser agredida pelas outras presas.
Detalhes da cela onde Monique está presa.Em sua primeira noite,
no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, o Dr. Jairinho
também chorou e aparentava muito nervosismo.
Durante o dia, ele
chegou a ser levado à uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no interior do complexo.
A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) não informou o
estado de saúde de Jairinho.
Ele também passará esses primeiros 14 dias preso em isolamento por causa da Covid.
O escritório de
advocacia que defende Dr. Jairinho e Monique Medeiros, entrou com um pedido de
habeas corpus para
libertar o casal na sexta (9).
O advogado André França Barreto endereçou
o pedido de soltura ao presidente do Tribunal de Justiça do RJ, desembargador
Henrique Carlos de Andrade Figueira. O caso será sorteado para definir qual
magistrado avaliará o pedido.
No documento, França Barreto alega que os clientes "se encontram submetidos a manifesto constrangimento ilegal" e afirma que não havia necessidade de prendê-los.
“A
autoridade coatora [a juíza Elizabeth Machado Louro] está, nitidamente,
justificando os arbitrários meios pelos deturpados fins, impulsionada pela
tradicional voz das ruas, cujo coro insiste em ecoar pela história das
civilizações, perseguindo os hereges de cada era”, escreveu a defesa.
A
defesa afirma também ter sido “surpreendida” ao pedir uma cópia do mandado de
prisão na 2ª Vara Criminal do Tribunal do Júri. “Os serventuários (...)
informaram que os autos da medida cautelar, que tramitam no meio físico, não se
encontravam no cartório”, detalhou.
Os
advogados acrescentam que até então não tiveram acesso aos autos.
Outra
“ilegalidade” cometida pela Justiça, segundo a defesa, foi a obtenção ilegal de
provas. No cumprimento dos mandados de busca no dia 26 de março, “os agentes
conduzem o material apreendido em mãos, sem o devido acondicionamento e lacre”.
A juíza Elizabeth
Machado Louro, do 2º Tribunal do Júri, criticou,
na decisão que levou à prisão o vereador Dr. Jairinho e a professora Monique
Almeida Medeiros, a atuação do advogado. A também
relata que Monique "omitiu ou falta com a verdade" sobre o caso.
De acordo com a juíza
Elizabeth Louro, o defensor participo de todos os depoimentos prestados à
polícia por testemunhas que não são defendidas por ele, como a babá de Henry
Borel, Thainá de Oliveira Ferreira; ou da doméstica Leila Rosângela de Souza, a
Ruose.
"De se notar,
ainda o insólito procedimento de ter o patrono dos investigados presenciado
todos os depoimentos prestados pelas mesmas testemunhas a eles ligadas... o que
está a indicar a aparente intenção de controlar e fiscalizar o que por elas era
dito à autoridade policial", afirmou a
magistrada.
Em
depoimentos à polícia, tanto Thainá como Rose admitem que, em 18 de março,
foram levadas até o escritório do advogado. Quem cuidou dessa ação foi Thalita,
irmã de Jairinho.
À Thainá,
Thalita disse que o advogado queria fazer perguntas a ela. A babá de Henry
contou que foi até a casa da irmã de Jairinho e de lá foi levada, junto com
Rose, até o escritório de André Barreto, chegando lá às 17h.
No
escritório, Thainá disse que o advogado fez algumas perguntas e orientou,
segundo ela, a apenas dizer a verdade quando intimada a depor, perguntando se
ela estaria disposta a dar uma entrevista, o que foi aceito por ela.
Em
nota, a defesa do casal Dr. Jairinho e Monique Medeiros afirmou que
"sempre pautou a sua atuação sob a égide da ética, da técnica e do
profissionalismo".
E
ressaltou que o escritório tem compromisso com a Constituição, "com o
devido processo legal, e com o Código de Ética da OAB [Ordem dos Advogados do
Brasil]".
Dr. Jairinho tentou
desmerecer e constranger testemunhas do processo. Uma das ex-namoradas do
vereador, que prestou depoimento afirmando que a filha já foi agredida por ele,
teve fotos íntimas divulgadas pela defesa de Jairinho.
Em uma das imagens, a
mulher aparece nua, com a legenda: “Sou de Bangu e vereador Jairinho botou
peito em mim”. Era uma referência ao fato de, no mesmo depoimento, ela ter
afirmado que foi o então namorado quem pagou pelo procedimento de aplicação de
silicone.
A defesa de Jarinho também
compartilhou vídeos em que funcionários do vereador tentavam desqualificar a
mulher.
“[A ex-namorada] disse
pra muitas pessoas que estava com ele por causa do dinheiro dele, isso a gente
já sabe. Agora não entendo, [há] mais de oito anos isso, a pessoa vir a público
agora dizer uma coisa dessa... Agora disse que tinha medo dele?", disse um
dos funcionários sobre a mulher.
Quando
o pai de Henry, Leniel Borel, pedia explicações sobre o caso, o advogado de
defesa de Jairinho chegou a dizer que as testemunhas foram plantadas por ele.
"Ele
não consegue aceitar que o casamento chegou a fim, as apurações aqui são
sérias”, disse o advogado André França Barreto, sobre Leniel.
Nem o delegado responsável pelas investigações escapou dos ataques. Ao ver que a investigação avançava, Jairinho tentou na justiça mudar a delegacia responsável pelo caso - da 16ªDP (Barra da Tijuca) para a Divisão de Homicídios.
Em depoimento à polícia,
o vereador disse que quando soube da morte de Henry ficou chocado, já que
"tinha certeza que voltaria com o menino para casa".
Mas outros testemunhos
mostram que, logo depois de saber da morte, Jairinho tentava evitar
que o corpo de Henry fosse para o Instituto Médico Legal.
Um executivo da área
de saúde afirmou à polícia que recebeu mensagens e ligações do vereador durante
a madrugada do dia 8 março e que às 7h18 da manhã decidiu atender.
Segundo o executivo,
na ligação, Jairinho falou da morte do enteado em tom calmo e tranquilo; sem
demonstrar qualquer emoção.
Eles desligaram e
Jairinho voltou a mandar mensagem. Deu o nome do menino e pediu: “Agiliza.
Ou eu agilizo o óbito. E a gente vira essa página hoje”. Jairinho, segundo
o executivo, disse ainda: “Vê se alguém dá o atestado. Pra gente levar o
corpinho. Virar essa página”.
Jairinho também tentou
liberar rapidamente o corpo depois que ele chegou ao IML. Ligou para pessoas da
polícia e da área da segurança e até pro governador em exercício, Claudio
Castro.
Cláudio Castro contou
a amigos que na conversa Jairinho perguntou sobre as investigações. O
governador disse que se limitou a explicar que o assunto seria tratado pela
delegacia responsável.
Quando a influência política falhava, testemunhas dizem que Jairinho usava da violência. Uma ex-namorada de Jairinho disse ter sofrido ameaças para manter o silêncio diante das agressões, mesmo depois do fim do relacionamento.
A juíza Elizabeth Machado Louro, do 2º
Tribunal do Júri, criticou, na decisão
que levou à prisão o vereador Dr. Jairinho e a
professora Monique Almeida Medeiros, a atuação do advogado André França Barreto além do
mais a magistrada também relata que Monique "omitiu ou falta com a
verdade" sobre o caso.
De acordo com a juíza
Elizabeth Louro, o defensor participou de todos os depoimentos prestados à
polícia por testemunhas que não são defendidas por ele, como a babá de Henry
Borel, Thaina de Oliveira Ferreira; ou da doméstica Leila Rosângela de Souza, a
Rose.
"De se notar,
ainda o insólito procedimento de ter o patrono dos investigados presenciado
todos os depoimentos prestados pelas mesmas testemunhas a eles ligadas... o que
está a indicar a aparente intenção de controlar e fiscalizar o que por elas era
dito à autoridade policial."
O vereador Jairo Souza
Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e a professora Monique Almeida tiveram a prisão
temporária decretada por 30 dias.
A
mãe de Henry, Monique, foi levada para uma unidade prisional em Niterói.
Jairinho está em um presídio no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona
Oeste do Rio.
Em
depoimentos à polícia, tanto Thainá como Rose admitem que, em 18 de março,
foram levadas até o escritório do advogado. Quem cuidou dessa ação foi Thalita,
irmã de Jairinho.
À Thainá,
Thalita disse que o advogado queria fazer perguntas a ela. A babá de Henry
contou que foi até a casa da irmã de Jairinho e de lá foi levada, junto com
Rose, até o escritório de André Barreto, chegando lá às 17h.
No escritório, Thaina disse que o advogado fez algumas perguntas e orientou, segundo ela, a apenas dizer a verdade quando intimada a depor, perguntando se ela estaria disposta a dar uma entrevista, o que foi aceito por ela.
"Atitudes típicas
de quem omite ou falta com a verdade, colaborando e aderindo à conduta de seu
parceiro de influenciar testemunhas, inobstante devesse ser a principal
interessada em chegar à verdade dos fatos."
Essa postura, segundo
a magistrada, pode apontar dificuldades para a obtenção para a coleta de provas
e podendo, segundo a juíza, comprometer as investigações.
Em nota (veja a
íntegra abaixo), a defesa do casal Dr. Jairinho e Monique Medeiros afirmou que
"sempre pautou a sua atuação sob a égide da ética, da técnica e do
profissionalismo".
E ressaltou que o
escritório tem compromisso com a Constituição, "com o devido processo
legal, e com o Código de Ética da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil]".
Íntegra da nota da defesa:
"Desde que constituída,
esta Defesa Técnica sempre pautou a sua atuação sob a égide da ética, da
técnica e do profissionalismo.
A fim de conceder ampla
transparência à inocência reiteradamente afirmada por seus clientes, estes
advogados envidaram, de acordo com o Provimento 188/2018, do Conselho Federal
da OAB, uma investigação defensiva, promovendo, de maneira pública e ostensiva,
uma convocação de pessoas que, a partir de então, apresentaram os seus relatos,
bem como vídeos, fotos e documentos, acerca da relação da Monique, do Henry e
do Jairinho.
Tudo devidamente encaminhado
à Autoridade Policial, em mais de duas dezenas de petições. Dentre essas
pessoas, apresentaram-se a empregada doméstica, Leila Rosângela, e a babá, Thainá. Inclusive,
tendo em vista que não havia sequer notícia de intimação para prestarem
depoimento em sede policial, foram convidadas a registrar, em vídeo, as suas
manifestações, conforme anexo.
Ressalta-se, ainda, de acordo
com os termos das declarações posteriormente aduzidas à Autoridade Policial,
que igualmente seguem anexados, ambas prestaram depoimento desacompanhadas de
advogado, inclusive destes patronos, por aproximadamente seis horas cada.
Somente após a oitiva da
empregada doméstica, Sra. Leila Rosângela, a Autoridade Policial concedeu o
acesso aos patronos deste escritório, para acompanharem a redução a termo do
que foi dito, oportunidade na qual restou consignada documentalmente a
presença.
Por fim, este escritório
ressalta o seu compromisso com a CRFB, com o devido processo legal, e com o
Código de Ética da OAB, reafirmando a sua posição inabalável de emissor das
versões, motivos e explicações emitidas pelos seus clientes."
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